FORD FOCUS 2.0 OU VW GOLF 1.4: QUAL COMPRAR?


Ford Focus ou VW Golf: qual comprar? (Foto: Autoesporte)

O Ford Focus e Volkswagen Golf trouxeram o fronte da batalha entre os médios da Europa ao Brasil. O argentino chega com planos de vender mais nas versões S e SE 1.6, enquanto o alemão é trazido com mais equipamentos e preço de premium. Por isso mesmo, decidimos subir um degrau e fazer o comparativo entre os top de linha completos. Após testes de pista e muitos quilômetros para pensar, saiba quem leva, Ford Focus Titanium 2.0 Powershift ou Volkswagen Golf Highline 1.4 TSI DSG.


Ford Focus Titanium 2.0 Powershift Volkswagen Golf Highline 1.4 TSI DSG
Ford Focus Titanium 2.0 Powershift (Foto: Ford)
Volkswagen Golf Highline 1.4 TSI DSG (Foto: Voklswagen)
PREÇO
A partir de R$ 79.990. A partir de R$ 74.990
MOTORIZAÇÃO
Por mais que fosse esperto, o 2.0 16V Duratec consumia demais. Com upgrades que incluem injeção direta (capaz de dispensar sistemas de partida a frio) e comandos variáveis de válvulas, o motor passou a entregar 30 cv a mais, 178 cv a 6.500 giros ante 148 cv. O torque de 22,5 kgfm chega a 4.500 rotações, sendo que a Ford afirma que 88% dessa força está disponível a 2.750 rpm. Movido apenas a gasolina, o 1.4 16V tem recursos sofisticados. Além da injeção direta, emprega turbocompressor e intercooler. A potência máxima de 140 cv de 4.500 a 6.000 rotações nem faz salivar tanto, tirar 100 cv/litro é fichinha para turbos. O pulo do gato é o torque de 25,5 kgfm entre 1.500 e 3.500 rpm. Isso dá a ele uma curva bem plana de torque e potência.
DESEMPENHO
Apenas o Focus 2.0 poderia fazer frente ao Golf 1.4 em números de pista. O hatch foi aos 100 km/h em 9,5 segundos e retomou de 60 a 100 km/h em 5,5 s. O câmbio Powershift poderia ter reações mais prontas e borboletas no volante. De 80 km/h a imobilidade, o Focus levou 28 metros. O Golf tem a forcinha do DSG de 7 marchas com passagens mais rápidas e relações mais próximas que o Powershift de 6 velocidades. Foi aos 100 km/h em 8,5 s e de 60 a 100 km/h marcou 5,5 s. A pequena vantagem dinâmica se repete nas frenagens, leva 25,5 metros para estancar de 80 a 0 km/h.
PRINCIPAIS ITENS DE SÉRIE
Cobrar R$ 80 mil não é apelativo e, para tentar justificar essa etiqueta de preço, o Focus Titanium traz entre de série ar dual zone, bancos em couro, sensores de luminosidade e de chuva, retrovisores rebatíveis eletricamente, rodas aro 17, sistema Sync com tela de 4.2 polegadas entre os instrumentos e tela sensível ao toque de 8 polegadas, com GPS. Mas cobra R$ 8 mil pelo pacote Plus (faróis de xenônio, luzes diurnas em leds, banco do motorista elétrico teto solar, sensor de estacionamento dianteiro e sistema de estacionamento automático. Inclui ar de duas zonas, tela 5.8 sensível ao toque, sensores de estacionamento, start-stop, freio de mão eletrônico com Auto Hold, hill holder e rodas de liga aro 16. O senão é a política de pacotes. O Elegance sai por mais R$ 5 mil (partida sem chave, rodas ro 17 e configurador de direção), o Exclusive chega a R$ 15 mil (soma aquecimento dos bancos, faróis de xenônio e luzes diurnas) e o Premium de R$ 25 mil (mais banco elétrico, detector de fadiga e Pro-Active). Para chegar ao nível do rival completo, seria necessário optar pelo pack Exclusive,  teto solar (R$ 4.500), central 8.0 com GPS (R$ 6.730) e estacionamento automático (R$ 3.730) por R$ 104.960. O  completo testado chega a R$ 116.848. 
ESPAÇO
O Focus é maior, 4,38 metros de comprimento e 2,65 metros de entre-eixos, mas isso não deu aos passageiros o espaço maior para pernas e cabeças. A diferença a favor do rival é pequena e, no final, o Ford leva vantagem no porta-malas de 347 litros, auxiliado pelo uso de estepe menor (com roda em aço). A plataforma MQB permitiu unir dimensões menores (4,25 metros de comprimento e 2,64 metros de entre-eixos) ao espaço maior para os passageiros de trás. Esse jeito de "compacto" em corpo de médio junto com o estepe no tamanho convencional (de liga) atrapalhou, contudo, o volume do porta-malas de 276 litros.
CONFORTO
Ambos são bons de direção, mas isso cobra um preço menor no Focus. A maciez dos modelos equipados com rodas aro 16 é repetida pelo top com rodas 17 polegadas e pneus 215/50. A esperteza nas curvas é amparada pela suspensão traseira Multilink. Sistema eletrônico que freia a roda dianteira interna na hora das curvas, fechando a trajetória, é de série. Equipado com rodas aro 17 e pneus 225/45, o Golf fica sempre na mão, auxiliado pela suspensão traseira Multilink e pelo excelente acerto. Na hora de encarar buracos, contudo, repassa mais as imperfeições do piso. Um sistema eletrônico ajuda a cortar saídas de frente ao acionar os freios das rodas internas na hora das curvas.
ACABAMENTO
Em comparação ao SE 1.6 testado por Autoesporte, o Titanium exibia uma montagem mais cuidadosa das peças internas. O painel é revestido de espuma macia ao toque, enquanto toques de alumínio no volante dão uma incrementada na atmosfera. Mesmo assim, a impressão geral fica um grau abaixo do rival. Encaixes e materiais dão o tom premium do Golf que, mesmo em uma configuração mais despojada, continua sendo capaz de passar essa impressão de cuidado. Porções macias se espalham nas portas e topo do painel, enquanto a opção de couro nos tons marrom, bege e preto dão requinte extra.
CONSUMO
O Focus ficou com 5,9 km/l de etanol na cidade e 12,2 km/l na estrada. Levando em consideração os preços médios nacionais da ANP para etanol (R$ 2,95), o hatch cobra R$ 49,9 para rodar 100 km na metrópole e R$ 24,1 na rodovia. Em SP onde litro do etanol sai por R$ 1,76 os custos caem para R$ 29,8 e R$ 14,4, respectivamente, o Ford perde no custo urbano e ganha no rodoviário. Movido apenas a gasolina, o Golf marcou 10,1 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada. Seguindo o preço médio nacional do litro de gasolina, o VW cobra R$ 31,5 para rodar 100 km em circuito urbano e R$ 19,9 para fazer o mesmo nas rodovias, levando vantagem considerável. Em SP quase é alcançado pelo Ford na cidade, com R$ 26,8, mas perde na estrada por R$ 17.
SEGURANÇA
Na versão Titanium, o Focus conta com controles eletrônicos de tração e de estabilidade e seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina), afora a câmera de ré exibida na tela de 8 polegadas. O Golf traz desde o básico controles eletrônicos e sete airbags (incluindo o de joelhos para o motorista), sensores de estacionamento frontais e traseiros e câmera de ré na tela 5.8.
PREÇO DO SEGURO
É um ponto em que o Focus não toma a dianteira. O seguro do Titanium 2.0 fica em R$ 2.352, apenas R$ 35 mais em conta que o pedido pelo Golf. O Golf escapa da sua antiga danação. O seguro cotado pela Autoesporte ficou em R$ 2.387, um valor bem mais em conta do que o obtido pelo Golf G4 produzido no país.
CESTA DE PEÇAS
Afora o preço final da versão completamente equipada, esse é o quesito onde o Focus leva mais vantagem. A cesta de peças padrão do modelo sai por R$ 4.539,90, 55,5% do cobrado pelo rival. A origem alemã joga contra nesse ponto. A cesta do Golf chega a R$ 7.754,16, valor que inclui: 1 farol, 1 retrovisor, para-choque traseiro, lanterna traseira, filtro de ar (elemento), quatro amortecedores e jogo de pastilhas de freio.
DESVALORIZAÇÃO
Ainda indisponível. Ainda indisponível.
GARANTIA E PÓS-VENDA
A garantia permanece de 3 anos, mas as revisões tem preços tabelados que incluem a mão de obra. Segundo a Ford, até os 60 mil km são cobrados R$ 3.356. O Golf também tem 3 anos de garantia total. A tabela de revisões até os 60 mil km sai por R$ 1.621, mas o valor não inclui mão de obra, o que vai encarecer o resultado final.
E NAS LOJAS?
Encontramos o Focus hatch pelo preço sugerido na tabela, sem a cobrança de sobrepreço nas concessionárias pesquisadas. A marca aposta mais nas versões S e SE para compor volume, principalmente com o câmbio de dupla embreagem Powershift. Após apurarmos com alguns concessionários, encontramos o Golf Highline normalmente acompanhado de opcionais. A combinação mais comum eram os extras pack Elegance, teto solar, rodas Madrid e pintura metálica, com os quais o preço vai a R$ 85.718.  
CONCLUSÃO
Vencedor. O Focus ganha em critérios racionais como preço (sai por R$ 87.990 contra R$ 104.960 de um Golf Highline com itens semelhantes), manutenção e itens de série, é melhor de se rodar sobre territórios esburacados e fica praticamente empatado em espaço interno graças ao porta-malas maior. De quebra, não deixa o rival abrir distância em desempenho. Poderia ser melhor em itens como consumo, mesmo assim isso não desfaz o veredito: o Focus Titanium 2.0 flex é o vencedor. O Golf ganha em motor, desempenho (ainda que com margens pequenas) e leva vantagem em economia na maioria dos estados. Seu trem de força é um casamento de conto de fadas. Afora isso, não fez feio no mundo real no quesito valor de seguro, empate com gosto de vitória. Mas perde pontos no preço altíssimo cobrado pelos modelo mais completo, não tem valores de mão de obra revelados no pós-venda e a cesta de peças é mais salgada do que a do rival da Ford.


Volkswagen Golf (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)
Fique atento:
O Ford Focus SE 2.0 sai por R$ 72.990 e traz itens como ar, bancos em couro, sistema de som com tela 4,2 polegadas colorida, controles de tração e de estabilidade e airbags frontais e laterais dianteiros. Por R$ 75.990, R$ 1 mil a mais que o Golf Highline DSG básico, você leva o Pack Plus que soma ar condicionado digital com duas zonas, airbags de cortina, partida sem chave, sensores de luminosidade e de chuva e retrovisores rebatíveis eletricamente.

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