Todas as jogadas que marcaram o evento realizado para a imprensa
Lançamento dos novos Gol e Voyage em Indaiatuba, em SP: mobilização da equipe para cobrir o lançamento
Escalação
Editores: Carina Mazarotto, Daniel Messeder, Hairton Ponciano Voz
Repórter: Renata Viana de Carvalho
Estagiária: Luiza Tenente
Fotógrafo: Guilber Hidaka
Fonte: AutoEsporte.
Primeiro tempo
O time nem sempre entra em campo tão completo. Em geral, só o responsável pela reportagem, o fotógrafo e, eventualmente, nosso auxiliar de testes (Alexandre Silvestre) e alguém da arte vão aos eventos voltados para as revistas. Mas dessa vez a VW tinha estendido o convite a toda a redação, repetindo a tática de 2008, quando lançou o Gol G5. Você pode pensar: “tá, mas há quatro anos, a montadora mostrou uma nova geração do carro. Fazia sentido reunir tanta gente. Porque repetir isso no caso de uma reestilização?”. Bem, amigos, porque o jogo nunca esteve tão difícil. Com tantos rivais no mercado, e prestes a chegar, a VW se viu obrigada a fazer uma marcação mais forte e investir na divulgação. É até saudável, pois permite que haja maior troca de ideias sobre o carro na redação.
Depois de um pouco de conversa e um café da manhã farto, teve início a coletiva de imprensa - a Luiza, em seu primeiro lançamento de automóvel, lamenta até agora não ter provado os doces. “Achei que eram sobremesa para o almoço, mas depois eles sumiram!”. O discurso começou com “hoje é dia de um campeão. Mas não é o Corinthians”. Julia Dierks, vice-presidente de vendas e marketing, foi a primeira a falar. Depois, Luiz Alberto Veiga, chefe de design da VW do Brasil, disse que veríamos “o melhor Gol de todos os tempos” e nos deu 15 minutos para “uma olhadinha inicial”.
Intervalo
Descemos um lance de escadas e nos deparamos com um espaço fechado por cortinas. Uma luz roxo-azulada criava o clima e iluminava a “sala”, onde estava o bloco 1.0l EA111 TEC. Em instantes, emoldurados pelo contorno da construção, vimos pela primeira vez os novos Gol e Voyage. “É um Passat para iniciantes”, brinca um colega jornalista. “Ou um Jetta melhorado”, fala outro. “É a cara da família”, comenta mais um. Pergunto a Guilherme Knop, supervisor de design da VW, como é escutar os comentários de que todos os carros estão iguais. “É um pouco desconfortável... A linha é assinada por Walter de Silva, oriundo da Audi. Ela traz uma qualidade de refinamento, com superfícies bem tratadas para modelos em todas as faixas de preço. Eu acho essa identidade positiva. A recompensa do cliente de um Passat, por exemplo, é a tecnologia”, diz.
Guilherme aponta detalhes dos carros. Comenta sobre o trabalho que houve para permitir a transição de luz na grade, os inserts cromados no farol, o logo VW no centro da calota... Para que tudo seja mostrado, até o posicionamento dos veículos é estudado – o ângulo tem de ser favorável, o Sol tem de incidir de modo ideal. Veiga, que responde pelo desenho do Gol desde o “bolinha”, conta que a área de design também cuida da imagem dos automóveis durante a apresentação. “A gente acompanha a seção de fotos e aprova as imagens depois. No dia, o carro físico também tem de ser bem revelado. Quando chegamos, ele estava na área em que o motor está (veja foto). Mas pedimos para mudar. Ele tinha de ficar mais distante para que os jornalistas vissem o corpo todo. Tudo para favorecer a imagem que será transmitida na primeira vez”, fala.
Uma funcionária comenta que em certas ocasiões, seu chefe (cujo nome não revela) costuma andar com uma linha, um barbante, e passa o fio pela dianteira dos modelos para garantir que estejam todos alinhados. Coisa da minúcia alemã.
Segundo tempo
Depois do primeiro contato com Gol e Voyage, os jornalistas voltaram para o andar superior onde os chefes da engenharia, do desenvolvimento do produto e do marketing fizeram apresentações que somaram quase duas horas – tudo bem, as 18 pessoas da equipe do buffet estavam a postos para servir até 10 litros de café caso o sono batesse.
Em meio aos discursos, vale dar atenção às mensagens subliminares. “O design tem de ser algo que não envelheça ou que envelheça lentamente. É melhor do que carros que usam fogos. Os fogos estouram, depois tchau”, disse um executivo. Fiquei com a sensação de que era uma referência à propaganda do Ford New Fiesta. Provocação de leve...
Luiz Alberto Veiga, chefe de design da VW do Brasil, faz o aquecimento para a revelação do Gol e do Voyage
Prorrogação
Ao fim das apresentações, hora de colocar o time para correr. Estavam à disposição 12 unidades: seis Gol e seis Voyage. Márcio Barbosa Santos, de 36 anos, é quem controla a frota. Ele se certifica de que toda a linha, todas as versões estejam disponíveis. E ainda confere se a versão bate com a definição da montadora, se as rodas e os pneus estão certos... Um caminhão cheio de peças de reposição (pneus, rodas, baterias) garante o suporte em caso de emergência. Eletricistas e mecânicos também acompanham todo o evento, prontos para eventuais reparos.
Na pista da Fazenda Capuava não era possível realizar os testes de aceleração, frenagem e retomada tradicionais. Por isso, tivemos de nos ater a algumas voltas na pista com trechos sinuosos, subidas e descidas. Ao fim das avaliações, a equipe coordenada por Márcio e por Antonio Carlos Zanatta, supervisor da área de durabilidade, dá uma geral nos carros para ver se há problemas, ralados ou amassados. Se algum carro estiver danificado, cartão amarelo para ele. E entra em campo a engenharia. Se não houver possibilidade de conserto, ele vai para o chuveiro mais cedo. “O restante da frota é limpo, tem os pneus calibrados e fica pronto para o próximo dia”, resume Zanatta.
Quando todos os dias de evento chegam ao fim, é preciso desmontar a infra e devolver os carros para a fábrica. “Quando ainda há sigilo, caso do Gol e do Voyage, os veículos são transportados em caminhões fechados, que levam até seis automóveis de uma vez”, conta Márcio Santos. Os preparativos costumam ser feitos durante a noite, pois os caminhões só podem rodar de dia. “Para garantir a segurança, em todos os sentidos, cobrimos os carros com wrap gard, disfarces pontuais que escondem o desenho. E temos escolta durante a viagem”, explica.
Fim de jogo
De volta à fábrica, os carros têm a documentação acertada e são emplacados para o evento nacional - que, neste caso, ocorreu doze dias depois, em Florianópolis (SC), e contou com 45 unidades. “O rapaz do Ciretran vai até a unidade de produção. Mas coloca a placa no carro coberto por uma “capa de rodagem”. Ou seja, também não vê o automóvel”, conta o coordenador da frota.
Enquanto isso, a equipe de Autoesporte já estava na correria aqui na redação para preparar todo o material que você viu no site e que verá na edição impressa. Para nós, é só então que o evento finda.
Agora, uma amostra de como as próximas rodadas da disputa pela liderança do “brasileirão” prometem. O evento nacional do Gol e do Voyage foi realizado no mesmo dia que a Hyundai chamou alguns jornalistas automotivos para ver e dirigir o protótipo do HB20, que vem para competir com o Gol. Você acredita em coincidências? Nós, não. Vai valer a pena acompanhar as jogadas das montadoras daqui por diante para conseguir uma boa campanha – tanto nas partidas decisivas, quanto nos bastidores.
Designers cuidam da imagem dos modelos durante a apresentação: modelos foram emoldurados para causa mais impacto
Fonte: Autoesporte
Fonte: Autoesporte
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