A Renault anunciou nesta segunda-feira (7) que irá montar o Twizy no Brasil. O comunicado foi feito pelo presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet. Primeiro elétrico da marca francesa montado no país, o carrinho será produzido em parceria com a Itaipu Binacional. A montadorá prevê a importação de 32 kits mecânicos, que serão montados no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montade de Veículos Elétricos de Itaipu. Os veículos rodarão apenas dentro da usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, e em instituições parceiras.
O Twizy faz parte da chamada linha Z.E ( sigla para emissão zero, em português), uma empreitada que a Renault iniciou em 2009 para produzir carros elétricos. Em parceria com a Nissan, com quem divide tecnologia, a montadora comemorou no último mês de julho a marca de 100 mil veículos elétricos produzidos em todo o mundo. A parceria já rende um investimento de 4 bilhões de euros no investimento de tecnologia. Além do pequenino Twizy, o "portfólio verde" da marca conta ainda com o Kangoo Z.E, Fluence Z.E e Zoe.
Com um visual um tanto quanto exótico, o Twizy tem dimensões diminutas. São 2,33 m de comprimento, 1,19 m de largura e 1,46 m. O espaço comporta dois ocupantes. Embora na Europa o veículo seja feito para rodar nos centros urbanos, por aqui ele deverá ser utilizado principalmente para a locomoção de funcionários dentro da usina.
O modelo é equipado com um motor elétrico de 17 cv de potência. Pensado para trajetos de curta distância, o carrinho alcança velocidade máxima de 100 km/h. A bateria é carregada em três horas e trinta minutos, segundo a fabricante, e a autonomia é de 80 km.
Elétricos no Brasil
A iniciativa de produzir o Twizy no país, no entanto, não pode ser considerada como um projeto piloto para a fabricação de elétricos destinados ao mercado comum. De acordo com o presidente da Renault, Olivier Murguet, não há nenhum plano concreto neste sentido, embora a marca "tenha muito apetite para entrar neste mercado". "Temos modelos que se sairiam bem no mercado brasileiro, como o Kangoo Z.E, que é um ótimo veículo para o trabalho e, por ser um utilitário, não sofreria com o IPI. O Fluence também é uma boa pedida, já que brasileiro adora sedã e o modelo é bem aceito", ressaltou o executivo.
Uma das questões que impedem a chegada dos elétricos ao Brasil é o custo que estes modelos teriam na atual conjuntura do mercado. "Ainda não existe uma política clara para este segmento. Nós queremos oferecer mobilidade, mas tem de ser a um custo acessível. O consumidor quer usufruir do elétrico, mas ele não quer pagar a mais por isso", disse Murguet. A Renault, por meio da Anfavea, segue em negociações com o Governo Federal para se criar uma política de incentivo fiscal que facilite a produção destes carros em território nacional. "Outro desafio é desenvolver um centro de excelência em engenharia para carros elétricos", pontuou o francês.
Segundo o executivo, os veículos elétricos representarão, em médio prazo, 10% da frota mundial. "Todos os países estão na mesma condição em relação ao desenvolvimento de elétricos. Alguns estão mais avançados, como Japão, Portugal e Dinamarca. O Brasil tem sorte de entrar no segmento de elétricos no mesmo momento que o resto do mundo. O país que incorporar essa tecnologia antes dos outros terá vantagem competitiva", salientou. "No entanto, sabemos que o veículo elétrico nunca irá substituir o carro a combustão. Ele é um completo", finalizou Murguet.
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