Autoesporte: "EcoSport no teste familiar. Será que ele passa?"



Meu primeiro contato com o novo EcoSport não foi, digamos, com “O” Novo EcoSport. A primeira vez que o vi, foi na realização das fotos da edição de fevereiro de 2012 de Autoesporte, quando trabalhamos com um mock-up. Um veículo de verdade por fora. Mas sem motor e com bancos, painel e outros detalhes internos de espuma. Já naquele primeiro contato percebi que o design era completamente diferente, com linhas muito harmônicas e inovadoras, ainda mais no tom laranja de lançamento. Achei que o carro iria fazer sucesso. E faz, não é?


Logo que saí da Editora em direção a minha casa, o Eco virou um grande evento, que se estendeu por todo o final de semana. Gente parando para olhar, apontando… E os donos de EcoSports antigos, então? Quase batiam no trânsito para dar mais uma espiada no novo design. O interior também é muito bacana, o painel tem linhas muito bonitas. Mas a minha tarefa com o utilitário no final de semana era responder a pergunta: será que o Novo Eco é um modelo familiar? Eu, que sou pai há três meses e preciso trocar de carro, também estava ansioso por essa resposta.

O espaço interno é ok. Poderia ser maior, claro, mas essa não é a proposta do veículo. Na hora de instalar a cadeirinha, um problema: o cinto de segurança do assento central de três pontos no banco traseiro não prende nada bem a base da cadeirinha, que fica frouxa e desliza no banco – algo que nenhum pai gostaria de ver. Mas acredito que, pensando nisso, a Ford tenha colocado dois pontos de fixação que saem dos bancos para prender as cadeirinhas que possuem em sua base uma espécie de cinto com garras nas pontas. A minha é desse modelo, e depois de descobrir essa facilidade a instalação foi rápida e o resultado excelente. A sensação de segurança acaba sendo muito maior do que no meu carro, um Focus, que tem no meio do banco traseiro um cinto subabdominal. A chave aqui é se a cadeirinha que você tem possui esse sistema ou não. Se não tiver, será preciso colocá-la sempre em um dos assentos laterais, o que não é bom, especialmente no caso de recém-nascidos, quando o bebê-conforto fica voltado para o sentido contrário ao do movimento.


Quando fui colocar as coisas no porta-malas a coisa ficou pequena, literalmente. Como a tampa abre de lado e a garagem da minha casa é reduzida, eu tive que encostar o Eco no portão. Assim, consegui abrir a “porta” traseira. Mas ela se tornava uma barreira que me impedia de acessar o compartimento. Isso não é novo do modelo, mas dificulta muito a tarefa de encher o bagageiro quando se está com um carrinho de bebê, por exemplo.

Falando nele, o próprio carrinho já ocupou praticamente o porta-malas inteiro do Eco, que é alto, mas é muito raso. Juntando a bolsa do bebê, a mala com a máquina fotográfica (que todo pai leva) e a bolsa com as mamadeiras, pronto, não tinha espaço para mais nada. Isso porque o trajeto que eu faria era pequeno, entre São Paulo – São Bernardo do Campo, e eu ficaria apenas algumas horas fora. Se fosse para passar o dia ou um final de semana, eu teria que levar muuuitas outras coisas, como berço e banheira portáteis, malas… e aí, realmente, não seria possível viajar com o modelo sem colocar nada nos bancos de trás, o que pode ser perigoso em caso de uma freada brusca.




No trajeto, urbano e rodoviário, o carro novamente me surpreendeu. Gostoso de dirigir, confortável, realmente muito bom. Mas, de volta à pergunta do começo do post, se o EcoSport é feito pra família, respondo com outra pergunta: qual o seu nível de paciência X paixão pelo novo modelo? O carro vale a pena. Mas compensa brigar com ele toda vez que for viajar para encaixar as coisas no porta-malas? Para um pai ou mãe de família que precisa de agilidade na hora de sair de casa e que sai bastante, acho que não. Agora, quem usa mais o veículo para trabalhar e só passeia no final de semana sem grandes viagens pode se dar bem. Uma briguinha por espaço no final de semana pode ser compensada pelo prazer de estar com um carro diferente durante a semana toda..

É claro que essa ótima justificativa não colou em casa! Vou ter que pensar em outro modelo familiar! Uma pena, pois realmente gostei do EcoSport. Mas fica a dica. Quem sabe a desculpa funciona na sua casa, não é?

0 comentários:

Postar um comentário