Chery admite ter exportado carros com amianto

Marca reconhece erro após governo australiano detectar substância cancerígena nos modelos

Chery/ Divulgação

Chery J3, vendido como Cielo no Brasil, é um dos modelos afetados pelo recall
A montadora chinesa Chery admitiu ter exportado automóveis cujas peças continham amianto – substância considerada cancerígena pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na semana passada, o governo australiano detectou a presença da fibra mineral em 23.000 carros, entre eles os modelos J11 e J3, além de veículos da Great Wall. Neste país, é proibida a utilização do amianto. Em resposta à acusação, a Chery afirma que os funcionários cometeram um erro ao usar o lote de peças com a substância nociva em veículos que seriam exportados para a Austrália.

A Chery só convicará recall dos automóveis com peças de amianto que tenham sido vendidos em locais cujas autoridades solicitem tal medida.


Cinquenta e cinco países, incluindo o Japão e todos os membros da União Europeia, proíbem o uso da fibra em fábricas, edifícios e autopeças. A Argélia, segundo maior importador de automóveis chineses, também é uma das nações que banem a substância causadora de doenças pulmonares. Chile, Uruguai e Egito, que integram o grupo dos dez compradores mais importantes das marcas asiáticas, têm a mesma restrição.
No Brasil

A Autoesporte entrou em contato com a assessoria de imprensa da Chery, para verificar se os automóveis da marca importados pelo Brasil também contêm amianto. “Informaremos até o fim da semana”, limitou-se a informar a porta-voz. No país, está em discussão a Lei 9.055, de 1995, que permite o uso controlado da fibra. O Supremo Tribunal Federal julgará, ainda neste ano, a ação direta de inconstitucionalidade contra esta lei. Busca-se a proibição efetiva da utilização e do transporte da substância.

Enquanto corre a discussão no âmbito federal, assembleias legislativas de Estados e câmaras municipais tomam decisões locais e aprovam leis de banimento. Em alguns Estados brasileiros, o amianto não é permitido, sob condição alguma: Mato Grosso e Rio Grande do Sul estão entre eles. Em São Paulo, a abolição ocorre nos municípios de São José do Rio Preto, Barretos, Ribeirão Preto, Guararapes, Pirajuí, Bauru, Amparo, Campinas, Jundiaí, Avaré, Santa Bárbara do Oeste, Guarulhos, Osasco, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Santo André e na própria capital paulista. Em Pernambuco, as cidades Recife e Jaboatão de Guararapes proíbem o amianto. No Rio de Janeiro, apesar da lei em vigor, algumas fábricas que utilizam a fibra conseguem liminar para continuar operando.

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