Todos os Tiggo e Cielo vendidos e em estoque no país estão convocados
Nas últimas semanas, Autoesporte acompanhou o recall promovido por Chery e Great Wall na Austrália, devido à presença de amianto em componentes do carro. Agora, o chamado chega ao Brasil. A Chery anunciou a convocação de 12.462 unidades do Cielo, nas versões hatch e sedã, e do Tiggo para a troca de peças que também usam a substância cancerígena. Isso envolve todas as unidades já comercializadas e ainda em estoque no país.Os componentes trocados serão a junta do coletor de admissão e escape, no caso do Tiggo, e da junta do coletor de admissão para o Cielo. Ambos modelos usam o mesmo código de peça para reposição.
Em comunicado à imprensa, a Chery afirma que o uso dos carros não apresenta riscos para a saúde dos consumidores, pois nesse caso especifico não ocorre fricção da peça. A montadora apenas adverte aos proprietários que não tentem consertar por conta própria essas partes dos veículos.
Detalhes do procedimento de recall ainda não foram definidos, pois aguardam a aprovação do plano apresentado ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor - DPDC.
Todos contra o amianto
Cinquenta e cinco países, incluindo o Japão e todos os membros da União Europeia, proíbem o uso da fibra em fábricas, edifícios e autopeças. A Argélia, segundo maior importador de automóveis chineses, também é uma das nações que banem a substância causadora de doenças pulmonares. Chile, Uruguai e Egito, que integram o grupo dos dez compradores mais importantes das marcas asiáticas, têm a mesma restrição.
No país, está em discussão a Lei 9.055, de 1995, que permite o uso controlado da fibra. O Supremo Tribunal Federal julgará, ainda neste ano, a ação direta de inconstitucionalidade contra esta lei. Busca-se a proibição efetiva da utilização e do transporte da substância.
Enquanto corre a discussão no âmbito federal, assembleias legislativas de Estados e câmaras municipais tomam decisões locais e aprovam leis de banimento. Em alguns Estados brasileiros, o amianto não é permitido, sob condição alguma: Mato Grosso e Rio Grande do Sul estão entre eles. Em São Paulo, a abolição ocorre nos municípios de São José do Rio Preto, Barretos, Ribeirão Preto, Guararapes, Pirajuí, Bauru, Amparo, Campinas, Jundiaí, Avaré, Santa Bárbara do Oeste, Guarulhos, Osasco, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Santo André e na própria capital paulista. Em Pernambuco, as cidades Recife e Jaboatão de Guararapes proíbem o amianto. No Rio de Janeiro, apesar da lei em vigor, algumas fábricas que utilizam a fibra conseguem liminar para continuar operando.
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