Depois de meses de espera, nova Ford Ranger chega para tentar redefinir segmento
Nova geração da picape Ford busca competitividade, com cabine dupla 4x2 flex XLT por R$ 75.500
A Ford Ranger mudou por fora, por dentro e por baixo. A linha 2013 da picape ganhou visual mais agressivo, ficou mais luxuosa e recebeu novos motores. Além disso, a partir de agora o modelo passa a oferecer opções que não existiam na linha, caso do motor flex e do câmbio automático.
A versão flex utiliza motor 2.5 Duratec de comando duplo variável e 173 cv. Chega e já assume o posto de o mais potente da categoria (para se ter uma ideia, o 2.4 da Chevrolet S10 gera 147 cv). O motor a diesel também é novo. No lugar do International (3.0 de 163 cv), entra um novo motor de cinco cilindros e 200 cavalos. Como o antigo, ele é dotado de turbina de geometria variável, da Garrett. Dependendo da velocidade dos gases de escapamento, as pás mudam a abertura. O resultado é um comportamento muito bom em qualquer faixa de rotação. Graças ao sistema, a Ranger também passa a ser a mais potente da categoria (a Frontier tem 190 cv).
A Ford ainda não divulgou a relação completa de preços, mas anunciou que vai ser bem competitiva: a cabine dupla 4x2 flex XLT vai custar R$ 75.500. Já a topo de linha, Limited, com motor a diesel, 4x4, automática, vai sair por R$ 130.900. O preço é equivalente ao das concorrentes (sempre considerando os modelos mais caros), porém, nenhuma vem tão completa, caso dos seis airbags, GPS no painel, câmera de ré, etc.
Em termos de estilo, João Marcos Ramos, gerente de design da Ford, enfatiza que a proposta foi criar “uma picape da cintura para baixo e um carro de passeio daí para cima”. Isso explica o para-brisa bem inclinado, que reforça o visual esportivo. “Conseguimos robustez na parte de baixo e fluidez na parte de cima”, diz.
O novo painel é um dos elementos responsáveis por aproximar a picape do universo dos carros de passeio. Por dentro, a Ranger tem luxo comparavável ao de automóveis de passeio sofisticados. O motor a diesel faz pouco barulho, as respostas são boas, a suspensão quase não pula no asfalto (e ignora buracos) e a direção é precisa, sem contar o reduzido diâmetro de curva, muito útil em manobras. O inédito motor 3.2 Duratorq não tem apenas a maior potência, mas também o maior torque da categoria (ao lado da S10): são 47,9 kgfm a partir de 1.750 rpm. Graças a ele, a 120 km/h a Ranger anda suavemente a 2.000 rpm. Pressionando o pedal, porém, ela se transforma. No teste, fez 0 a 100 km/h em 11 segundos.
A única coisa que poderia ser revista é o comando do computador de bordo. Ele é feito pelo botão do hodômetro, diretamente no quadro de instrumentos. É muito mais fácil acessar os comandos nas alavancas ou no volante, em vez de ter de pôr a mão atrás da direção para consultar o computador. Outra coisa: como em outros carros da marca, a Ranger informa consumo em litros por 100 km, e não o tradicional, km/litro. Para compensar, o sistema de som é muito bom (Bosch), o modelo vem com GPS no painel e o ar digital é dual zone. O câmbio automático de seis marchas tem alavanca curta, como em carro de passeio, e opção de trocas sequenciais.
Motor 3.2 Duratorq tem maior torque da categoria: 47,9 kgfm; câmera de ré é embutida no logo
Na terra a picape também apresentou disposição. Graças ao controle de descida, é possível deixar toda a operação por conta da Ranger. Basta apertar o botão no painel que o dispositivo vai freando individualmente as rodas, para manter a picape na trajetória. Como na VW Amarok, não é preciso nem frear nem acelerar. A diferença, em relação à VW, é que na Ford a aceleração pode ser feita por meio do controlador de velocidade. Há possibilidade de bloqueio de diferencial, e a tração 4x4, engatada por meio de um botão giratório, pode ser feita a até 120 km/h.
Além do controle de descida, a Ranger também vem com o dispositivo que impede a volta, quando se solta o pedal de freio em aclives, durante o tempo em que o motorista leva para tirar o pé do freio e pisar no acelerador.
Na
versão flex, abastecimento do reservatório de gasolina é feito em
abertura da peça na lateral dianteira, que é "falsa" no modelo a diesel
A nova Ranger é o resultado de um projeto global, desenvolvido na Austrália por engenheiros da Ford do mundo inteiro. A razão é que ela tem previsão de ser vendida em 180 países, ou “95% do planeta”, destaca a montadora. Por aqui, ela diz que está preparada para o aumento de demanda. Para isso, a fábrica da Argentina já implantou o segundo turno de produção.
Acompanhe na revista Autoesporte de julho o comparativo da nova picape. Na revista, ela enfrenta
Volkswagen Amarok, Chevrolet S10, Toyota Hilux e Nissan Frontier.
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