INOVAR-PEÇAS DEVE SER LANÇADO ATÉ O FIM DE SETEMBRO


Área de Armação da Nova Saveiro na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (Foto: Divulgação)

Quase um ano após a criação do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Inovar-Auto, o governo brasileiro se prepara para anunciar o Inovar-Peças, mais um pacote de incentivos voltado ao desenvolvimento da cadeia produtiva da indústria automotiva nacional. Desde o anúncio do Inovar-Auto, o segmento de autopeças revindicava uma política voltada às especificidades do ramo, que é parte essencial da cadeia produtiva de veículos e foi pouco contemplada no atual projeto.


A informação de que esse novo pacote de incentivos sairá do papel nas próximas semanas foi confirmada por Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), durante o Simpósio SAE Brasil de Inovação Tecnológica e Tendências Globais. “O programa dará apoio à fusões e consolidações buscando melhorias de qualidade e aumentando sua produtividade”, afirmou o executivo.

Entre os principais bases do projeto está a criação de um programa de rastreabilidade de componentes, que permitirá atestar a origem de cada peça. Também serão criados Arranjos Produtivos Locais, ou APLs, que constituem em pólos de pesquisa apoiados pelas montadoras nacionais às empresas de autopeças de cada região. As APLs estarão, a princípio, em sete estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Goiás. “As montadoras serão como âncoras no desenvolvimento das indústrias locais”, comentou Moan.

O projeto ainda não está definido por completo e até agora a proposta pouco agradou ao Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). “Do jeito que está, o Inovar-Peças é mais do mesmo. Não tem nada de diferente do que nos foi apresentado há mais de um ano”, disparou Paulo Butori, presidente da associação. Para ele, o setor precisa urgentemente de estímulos mais enfáticos para atender às novas demandas da indústria automobilística brasileira. Ele defende, ao exemplo do Inovar-Auto, o refinanciamento das dívidas do setor e a criação de uma alíquota também de 30% sobre os componentes importados, para estimular a desenvolvimento do setor nacional “A verdade é que deixamos de importar automóveis, para importar autopeças”, disse.

Medidas como essas serão discutidas com o governo amanhã (3), quando Butori se reunirá com Fernando Pimentel, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As prerrogativas iniciais do Programa Inovar-Peças deverá ser anunciado até o fim de setembro.

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