CONFORTO À JAPONESA: NOVA GERAÇÃO DO MITSUBISHI OUTLANDER CHEGA AO BRASIL

Mitsubishi Outlander (Foto: Fabio Aro)

Um dos problemas crônicos das superpovoadas metrópoles japonesas é a falta de espaço para moradias. Os imóveis costumam ser bem pequenos, quase claustrofóbicos. E caríssimos. Visto sob esse ângulo, o novo Mitsubishi Outlander chega a ser uma contradição cultural nipônica, com seu vasto espaço interno, de fazer inveja a muitas quitinetes de Tóquio.


Mas estamos no Brasil, com espaço de sobra nas áreas rurais, para onde esse modelo mais se destina. A Mitsubishi chegou a cogitar sua nacionalização. Porém, em Catalão (GO), a prioridade é outra. O complexo está passando por uma ampliação, que prevê o aumento da capacidade de produção e a inauguração de uma fábrica de motores. Nesse investimento bilionário, a montadora guarda lugar para o sedã Lancer.
Isso não significa que o Outlander é carta fora do baralho. O desempenho nas lojas será decisivo para sentir se o volume de vendas compensará a operação. A meta é emplacar 600 unidades por mês, o dobro da média mensal do utilitário neste ano. Sinal de que o grupo está apostando alto. E não é por menos. Em sua terceira geração, o carro é outro.

Mitsubishi Outlander (Foto: Fabio Aro)

Preços e versões

A revolução começa pela aparência. O crossover foi totalmente remodelado e pouco lembra o visual defasado da segunda geração. Tem uma pegada mais jovem e requintada. E como sofisticação custa dinheiro, o modelo está ligeiramente mais caro. Chega às lojas neste mês, em três versões. A mais básica custa R$ 102.990 e é equipada com motor 2.0 16V de 160 cv e torque de 20,1 kgfm, disponíveis a 4.200 rpm. Vai brigar com Chevrolet Captiva, Toyota RAV-4 e Honda CRV.

Mitsubishi Outlander (Foto: Fabio Aro)
Para a disputa de gigantes com Hyundai Santa Fe e Kia Sorento, a Mitsubishi traz a versão GT V6, de R$ 130.990, com tração 4x4, bloco 3.0 V6 24V de 240 cv e 31 kgfm de torque, entregues a 3.750 giros. Ambos só bebem gasolina. A versão GT V6 Full Technology Pack, de R$ 139.990, é a topo de linha. Como o próprio nome diz, inclui um pacote de recursos de tecnologia como o Forward Collision Mitigation (FCM). O sistema utiliza sensores de aproximação para identificar uma possível colisão frontal e emite sinais sonoros para alertar o motorista. Caso o condutor não reaja, o mecanismo entra em ação e freia o veículo completamente. Enquanto a versão 2.0 é equipada com câmbio CVT que simula seis marchas, os demais adotam transmissão automática de seis, com opção de trocas por borboletas no volante.

O crossover faz bem a lição de casa e traz tudo que um carro desse porte (e preço) deve trazer. Insira aqui bancos de couros, ar digital dual zone, rodas de liga aro 18, comandos de som no volante, teto solar, faróis de neblina, banco do motorista com ajustes elétrico e aquecimento etc. E, claro, alguns incrementos. Um dos destaques é a central multimídia Black Glass, uma tela de sete polegadas integrada ao painel. O funcionamento é muito parecido com um tablet e inclui, entre outras funções, DVD, câmera de ré, GPS e o interessante sistema Dynamic Information System, com indicadores de aceleração longitudinal e lateral, bússola, inclinação frontal e altitude. O carro conta com nove airbags: dois frontais, dois laterais, quatro de cortina e um de joelho para o motorista. O novo Outlander teve nota máxima no teste de colisão europeu.

Mitsubishi Outlander (Foto: Fabio Aro)

Bom de asfalto, bom de terra

Com um carro tão seguro em mãos, é hora de cair na pista. Aceleramos o topo de linha. O primeiro contato agrada pelo conforto. Os 2,60 metros de entre-eixos oferecem espaço de sobra para quem vai ao volante e para os passageiros. E, por falar nos caronas, um dos destaques é a terceira fileira de bancos. Disponível apenas nas versões GT, ela aumenta a capacidade do veículo para sete ocupantes.
Câmbio na posição drive e lá vamos nós, desbravar as curvas do autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP). No asfalto, o gigante fica leve. O utilitário responde à pisada, sem vacilo. É o poder do V6. Na reta, alcanço 170 km/h e o conta-giros indica apenas 2.500 rpm. No teste feito por Autoesporte em outro circuito, o Mitsubishi alcançou 100 km/h em 8,7 segundos. A retomada 40-80 km/h em terceira marcha leva 4,3 s.

Mitsubishi Outlander (Foto: Fabio Aro)

O crossover comprova boa vocação fora da estrada. Acionada a tração 4x4 em tempo integral, o grandalhão vai que vai, não desliza e não teme obstáculos. É dotado também de Hill Park Assist (que segura o carro nas subidas) e controles de tração e estabilidade. Já na rodovia, o controle automático adaptativo permite programar a velocidade e, caso alguém entre na frente ou freie, o Outlander desacelera e mantém distância segura (que também pode ser prevista). Faixa livre, tiro o pé do acelerador e programo o carro no limite da via: 110 km/h. Basta segurar o volante, curtir a estrada e ele praticamente dirige por você. E a família se diverte lá atrás, com espaço de sobra. É a revolução da comodidade.

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