Auto Esporte: "JAC Motors suspende projeto de fábrica na Bahia"

Montadora diz que "super IPI" para importados inviabilizou projeto.

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Um dos modelos cotados para ganhar produção nacional é o crossover SII (S2), revelado esse ano em Pequim
O temor virou realidade. Nesta segunda-feira (30), a JAC Motors do Brasil anunciou (pela segunda vez) a suspensão temporária do projeto da fábrica brasileira. A unidade que seria erguida no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, com investimento de R$ 900 milhões, está suspensa até que o governo brasileiro se posicione sobre o futuro do "super IPI" para veículos importados, vigente desde dezembro de 2011 – e que adiciona 30 pontos percentuais de taxa aos modelos trazidos de fora do eixo Mercosul-México.
Esta é a segunda vez em menos de um ano que a fabricante chinesa decide interromper o projeto da fábrica brasileira. O primeiro anúncio veio logo após o governo anunciar o aumento da alíquota para os importados, em meados de setembro de 2011. Em março desse ano, com promessa de flexibilização do IPI, o presidente da JAC Motors do Brasil, Sergio Habib, voltou atrás e anunciou que quatro modelos seriam produzidos no país. Mas segundo a assessoria da montadora, a sobretaxa somada à alta do dólar norte-americano põe fim ao projeto.


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Importadoras na berlinda, fábricas distantes

A baixa expressiva nas vendas de veículos importados no primeiro semestre de 2012 não é exclusividade da JAC. De janeiro a junho, foi registrada forte queda de 21,6% entre os modelos das marcas filiadas à Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores). A perspectiva é tão ruim que outras montadoras, como BMW e Land Rover, também suspenderam possíveis projetos de fábricas no Brasil. “Ao comparar os desempenhos das associadas da Abeiva e das montadoras instaladas no país, fica nítida a influência das altas do IPI e do dólar”, reforça Flavio Padovan, presidente da associação.

Assim como a JAC Motors, a Abeiva também aguarda um posicionamento do governo em relação à sobretaxação do IPI. A promessa de que o imposto seria flexibilizado em março não aconteceu, e desde então nada foi alterado nas regras do Novo Regime Automotivo Brasileiro. Pelo programa, as montadoras que não cumprirem determinadas etapas de produção exigidas, terão de pagar os 30 pp de IPI adicionais. Como a lei favorece as montadoras que possuem fábricas em território nacional ou na região do Mercosul, a expectativa da Abeiva é de que seja feito ao menos um acordo de cotas, nos moldes do que ficou decidido com o México.

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Terraplanagem do terreno em Camaçari, que marcaria início das obras da fábrica da JAC, foram suspensas


Fonte: Auto Esporte

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