Na psita, o Cruze Sport6 fez 0 a 100 km/h em 11,1 segundos, empatando com o sedã
O
Chevrolet Cruze
sedã vai bem, obrigado. Sete meses depois de chegar, ele já disputa as
primeiras posições de vendas da categoria. Em fevereiro, ficou atrás
apenas dos dois japoneses,
Honda Civic e
Toyota Corolla. Hora, portanto, de voltar as atenções ao segmento dos hatchbacks. O
Vectra GT não conseguiu repetir o sucesso do
Astra, e com isso a Chevrolet perdeu participação na categoria. O
GT teve pouco mais de 6 mil unidades negociadas no ano passado. Para se ter uma ideia, o coreano
Hyundai i30 vende mais de 1.500 unidades por mês.
A resposta da GM é o
Cruze Sport6. Esportivo? Não exatamente. A Chevrolet desistiu do
Vectra GT, mas não da ideia de chamar de “esportiva” a versão hatch de seus carros. O
Sport6
utiliza o mesmo conjunto motor-câmbio do sedã. O Ecotec 1.8 16V tem
comando e coletor variáveis. Rende 144 cv com etanol (140 com gasolina) e
tem câmbio de seis marchas, tanto manual como automático (isso explica o
“6” aplicado ao nome).
Nas duas versões - LT e LTZ - câmbio manual e automático se equivaleram na aceleração
No
campo de provas da Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), o modelo mostrou bom
comportamento. É rápido, dócil e confortável para motorista e
passageiros. Em resumo, características também do sedã. Mas e as
diferenças? A principal, óbvia, é a traseira mais curta. O
Cruze
hatch tem o mesmo entre-eixos (2,685 m) do sedã. Assim, o espaço no
banco de trás foi preservado (em alguns concorrentes, e no próprio
Vectra, isso não ocorre). Já o porta-malas perdeu pouco mais de 10% de
área. Como o hatch é 9 cm mais curto (4,51 m), a área de carga diminuiu
de 450 para 402 litros. O espaço continua bom, mas é inferior ao do
Peugeot 308 (confira a tabela de testes), com capacidade nominal para 430 litros.
A
dimensão ligeiramente menor não resultou em redução significativa de
peso. De acordo com Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia, a
diferença entre os dois “não chega a dois quilos”. Isso já não seria
suficiente para melhorar o desempenho. Outro ponto que não colabora é a
aerodinâmica. Carroceria hatchback gera maior turbulência na traseira do
que sedã, afastando a possibilidade de ganho de performance da versão
Sport6. A Chevrolet não informou o coeficiente aerodinâmico, mas a prática confirmou a teoria.
Na versão hatch, o interior ficou mais escuro que no sedã
Na pista, o
Cruze
hatch manual fez 0 a 100 km/h em 11,1 segundos, empatando com o sedã.
Com transmissão automática, também houve empate técnico: 11,2 s no sedã e
11,3 s no hatch. As duas versões de câmbio mostraram bom comportamento
no campo de provas da GM. As respostas são boas, e o movimento da
carroceria é similar ao do sedã. A inclinação da suspensão é moderada
nas curvas, e o carro não pula muito quando passa por pisos irregulares,
mostrando que o acerto entre esportividade e conforto foi benfeito.
Manuchakian informa que o objetivo foi manter as reações do sedã. Os
pneus coreanos da Kumho (225/50 R17) tendem a “cantar” um pouco mais que
o normal em curvas, sem que isso comprometa o desempenho ou
estabilidade – que, aliás, é muito boa.
A
versão LTZ tem botão start-stop; o quadro de instrumentos é moderno e
traz computador de bordo; o câmbio automático sequencial tem seis
marchas, e permite trocas na alavanca
Embora
a maior diferença esteja na traseira, a frente também foi ligeiramente
modificada. Segundo Carlos Barba, diretor de design da General Motors, o
Sport6 deveria transmitir mais dinamismo e
esportividade. Por isso, o para-choque dianteiro e as laterais ganharam
apliques aerodinâmicos para aproximar visualmente a carroceria do chão.
Os faróis de neblina receberam molduras cromadas, e a entrada de ar
inferior perdeu a barra central. As rodas são diferentes das utilizadas
no sedã, mas desde a versão básica (LT) elas são aro 17.
O
vidro da tampa traseira recebeu duas espécies de guias nas laterais,
para canalizar a água que vem do teto (elas ficam na mesma linha das
calhas). Internamente, o revestimento emprega cores escuras, mais de
acordo com a proposta esportiva.
O porta-malas do Cruze hatch leva 402 litros (em comparação aos 450 do sedã)
Como o sedã, o
Cruze Sport6
chega nas versões LT e LTZ. A montadora oferece o modelo LT por
R$ 64.900, ou cerca de R$ 3 mil a menos que o sedã. A LT pode vir com
câmbio manual e bancos de tecido, ou automático com couro (R$ 69.900). A
LTZ também está disponível com transmissão manual (R$ 77.400) ou
automática (R$ 79.400), e adicionalmente recebeu itens como teto solar,
botão start-stop, airbag de cortina e GPS integrado no painel (tela de 7
polegadas). Uma das funções do GPS é informar automaticamente a
localização de postos quando a autonomia de combustível baixa para cerca
de 40 km.
Ao contrário do
Cruze sedã, que tem nos japoneses os maiores adversários, o
Sport6 vai ter de enfrentar coreano, americano, alemão, japonês, francês... O esporte, nessa categoria, é quase um campeonato mundial.
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